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À espera do “novo pré-sal”, Petrobras vai pôr R$ 130 bilhões na velha Bacia de Campos

Sem perspectiva de quando (e se) a exploração de petróleo na Margem Equatorial será autorizada, a Petrobras voltou a apostar na Bacia de Campos

Primeira jazida comercial na Bacia de Campos foi descoberta há 50 anos. Província impulsionou produção brasileira e a tecnologia para a exploração de petróleo em águas profundas.
| Foto: Andre Borges/EFE

Até 2028, a companhia mais antiga província petrolífera de grande porte do Brasil e cuja produção começou a declinar na década passada, pretende investir US$ 22 bilhões (quase R$ 130 bilhões, pela cotação atual) para aumentar o volume de petróleo extraído dos reservatórios da região, localizada nas águas entre as proximidades de Vitória, no Espírito Santo, e Arraial do Cabo, no litoral norte do Rio de Janeiro.


Esse é o maior programa de recuperação de ativos maduros em águas profundas no mundo, segundo a petroleira. O investimento será direcionado para intervenção em poços já em operação, perfuração de novos poços, bem como para a instalação de plataformas mais modernas.


“Serão instaladas quatro novas plataformas de produção nos próximos anos, nos campos de Jubarte, Albacora, Barracuda-Caratinga e Raias Manta e Pintada (todas em Campos), e implantaremos cerca de cem novos poços, os quais serão interligados tanto nas novas unidades quanto nas já instaladas, trazendo aumento no fator de recuperação dos campos e de campanha exploratória”, informou a Petrobras para a Gazeta do Povo.


No escopo do projeto ainda consta a substituição de nove plataformas por dois navios-plataforma (chamados de FPSOs).


Bacia de Campos é a segunda maior produtora de petróleo no país

O primeiro campo com volume comercial da Bacia de Campos, chamado de Garoupa, foi descoberto em 1974. Outros achados na sequência permitiram um salto na produção brasileira de petróleo. Um dos mais significativos foi o de Albacora, encontrado em 1984, o primeiro grande campo em águas profundas do país.


Até a descoberta do pré-sal, a Bacia de Campos reinou soberana no setor. Hoje ela é a segunda maior bacia em produção de petróleo, responsável por 16% do volume nacional. Perde para a Bacia de Santos, que graças ao pré-sal concentra 81% da produção total, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Segundo a agência, a Bacia de Campos produziu cerca de 638 mil barris de óleo e gás (boe) por dia em setembro. Seu ápice de produção foi em 2009, com 1,65 milhão de barris por dia, conforme dados da Petrobras.

Ao longo das décadas, foram extraídos dessa bacia 14 bilhões de barris de óleo e gás. A estimativa com os investimentos de revilatização é conter o declínio da produção e assegurar um patamar diário de 600 mil barris até 2028.


“Aqui na Bacia de Campos, desenvolvemos e testamos a maioria das tecnologias de águas profundas e muitas profundas que são utilizadas hoje em todo mundo. Essa é a grande importância da Bacia de Campos”, disse o gerente geral da Petrobras na bacia, Alex Murteira, em declaração à agência EFE.


“Ela continua a ser pioneira, agora também com o maior projeto de revitalização de campos maduros no mundo”, completou.

Nos projetos ainda em fase inicial, a estatal avalia usar tecnologias de descarbonização profunda, como sistemas de captura, utilização e armazenamento de carbono, eletrificação vinda de terra ou de fontes renováveis offshore.


Impasse da Margem Equatorial continua

Enquanto isso, a Petrobras aguarda avaliação do Ibama para obter licença ambiental e começar a explorar a Margem Equatorial. A diretora de Produção e Exploração, Sylvia dos Anjos, disse a jornalistas no dia 8, que, uma vez aprovada a licença, a busca por petróleo na região começa em cerca de três meses.


A Margem Equatorial consiste na faixa marítima entre o litoral do Rio Grande do Norte e o do Amapá. É considerada o "novo pré-sal" devido ao volume comercial estimado: cerca de 10 bilhões de barris. Deste total, somente no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, principal ponto de interesse da Petrobras, estima-se haver 5,6 bilhões de barris, segundo a empresa.



Gazeta do Povo

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