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Foto do escritorSamantha Lêdo

Alta dos juros coloca Brasil na contramão das maiores economias do mundo

Enquanto EUA e Europa iniciam ciclo de queda das taxas, analistas apontam para novo aumento da Selic pelo BC

Por aqui, grande parte do mercado está vendo o Banco Central (BC) subir a taxa básica já neste mês em um pontapé de um novo — mas curto — ciclo de ajustes para cima para reancorar as expectativas da inflação, que já está batendo no teto da meta.

A Selic está em 10,5% desde maio, quando o BC interrompeu o último ciclo de queda dos juros. Parte do mercado prevê que a taxa vá para próximo de 12% e fique em dois dígitos até meados do próximo ano. Opiniões menos otimistas, porém, indicam para recuo somente a partir de 2026.

Economistas ouvidos pela CNN apontam que a diferença do cenário brasileiro e o de outras economias globais está na perspectiva para a inflação: enquanto as expectativas domésticas apresentam viés de alta, lá fora os números direcionam para a perda de fôlego na variação de preços.

Além disso, a economia brasileira aparenta estar muito mais aquecida, com expansão das atividades e taxa de desemprego em níveis historicamente baixa. Apesar de serem indicativos positivos ao país, o cenário também ajuda a alimentar a inflação, demandando mais juros. Por que os juros estão altos?

Analistas citam uma série de fatores para a alta da Selic, mas com maior peso da política de aumento dos gastos públicos pelo governo federal.

O quadro pintado pelos especialistas mostra a economia brasileira em um estado de dicotomia. De um lado, o BC sobe os juros para enfraquecer as atividades e, em última instância, reduzir a alta dos preços.

Na ponta oposta, o governo faz uma injeção massiva de recursos, como aumento do salário mínimo e expansão de programas sociais, dando mais fôlego ao desenvolvimento econômico.


O clima de cautela global por temores de recessão nos EUA levaram a divisa dos EUA a superar a cotação de R$ 5,70 no início de agosto, atingindo o maior patamar desde 2021. A moeda recuou ao longo do mês, mas voltou a mostrar força firme contra o real na primeira semana de setembro, rondando o patamar de R$ 5,60.

Para conter a disparada, o BC interveio no mercado de câmbio e promoveu o leilão à vista de US$ 1,5 bilhão, a primeira ação do tipo desde 2022.

Além disso, a atual seca que atinge o Brasil forçou o acionamento da bandeira vermelha 1 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Nesta condição, a tarifa de energia terá custo adicional de R$ 4,463 por cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.



Com Informações da CNN


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