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Foto do escritorSamantha Lêdo

Barragem em Ouro Preto sofreu anomalia grave e MPMG cobra transparência da Vale

Atualizado: 6 de abr.


Relatório da ANM constatou minério fino, que pode indicar para a liquefação da barragem; apesar de prazo de 24h, mineradora levou cinco dias para avisar órgãos


Foto reprodução


Localizada em Ouro Preto, na região Central de Minas, a barragem Forquilha III, da Vale, está desde 2019 em nível 3 de emergência, que indica para o risco iminente de seu rompimento. Nesta sexta-feira (5 de abril), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) emitiu uma recomendação à mineradora cobrando maior transparência de seus atos, após a estrutura apresentar uma anomalia de pontuação 10 (a mais grave existente) e a empresa não cumprir a legislação, que ordena que esse tipo de ocorrência seja comunicada às autoridades em até 24h.


A empresa só teria alertado os órgãos envolvidos após cinco dias da constatação.Em documento de oito páginas, os promotores de Justiça determinam ao diretor-presidente e ao Conselho de Administração da Vale S/A a adoção das providências necessárias para informar as condições reais de segurança da barragem ao órgão fiscalizador (ANM), aos órgãos ambientais e às defesas civis estaduais e municipais envolvidas.



"O documento, encaminhado no dia 26 de março, ainda recomenda que a Vale cumpra o seu dever de informação à população, sempre de forma verídica, tempestiva e completa e em linguagem acessível, sobre os riscos e condições de segurança da barragem", completa.

Segundo a recomendação, no dia 21 de março deste ano a Vale enviou um e-mail ao MPMG informando que no dia 15 de março, seis dias antes, foi identificada a anomalia na barragem Forquilha.


"A ocorrência atual, no entanto, é inédita no sentido de que o material observado é distinto do verificado nas ocasiões anteriores, tratando-se, claramente, de material que contém minério de ferro em fração muito fina”, disse relatório da ANM e de auditoria técnica independente.

Segundo a CBH Rio Paraopeba, esse carreamento de material fino no dreno do fundo da barragem indicaria para um suposto "estado de liquefação da barragem", o que é apontado como principal causa para rompimentos em barragens a montante.


O Tempo

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