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Cidades-esponja, resposta de países desenvolvidos às inundações e tormentas

Foto do escritor: Samantha LêdoSamantha Lêdo

Aposta é captar a água, distribuí-la em circuitos curtos e reabastecer os aquíferos – para obter resiliência aos eventos climáticos extremos

Uma cidade-esponja é capaz de integrar a gestão da água urbana ao planejamento urbano verde. Foto: Turenscape / Divulgação. © Fornecido por Showmetech

Uma cidade-esponja é uma solução natural que usa a paisagem para reter a água da chuva, evitando enchentes e outros problemas resultantes da precipitação. Elas são comumente construídas em áreas urbanas com áreas naturais abundantes, como árvores, lagos e parques, que auxiliam na absorção da água. 


Chuvas intensas estão transformando ruas em verdadeiros rios, inundando casas, prédio e bairros inteiros, muitas vezes com consequências trágicas, como as que acompanhamos no Rio Grande do Sul. Diante desse cenário, Kongjian Yu, renomado arquiteto paisagista e professor da Universidade de Pequim, apresentou o conceito de cidades-esponja propondo uma abordagem inovadora: ao invés de resistir à água das chuvas, ele sugere que as cidades convivam com elas causando o menor dano possível.


Em vez de simplesmente construir mais redes de drenagem, erguer muros contra inundações e canalizar rios entre aterros de concreto, como é tradicionalmente feito, Yu desenvolveu o conceito que se baseia em desacelerar e dispersar a força das águas das enchentes, permitindo que elas se espalhem de forma controlada. Essa abordagem é comparada por Yu a “fazer tai chi com a água”, uma referência à arte marcial chinesa em que a energia do oponente é redirecionada de forma fluida e harmoniosa contra ele próprio, ao invés de ser resistida de forma bruta.


Para Yu, a identidade de cada cidade é dada pela natureza. Em segundo lugar, pela história. A identidade vem de diversas paisagens e sistemas naturais. A ideia por trás de uma cidade-esponja é reestruturar a paisagem urbana para ser um local onde cada gota de água possa ser coletada e reutilizada localmente. Portanto, em vez do procedimento habitual de desviar a água da chuva das áreas urbanas com esgotos pluviais e sistemas de drenagem, uma cidade-esponja absorverá este recurso vital como uma esponja. Isto é feito com concreto poroso que pemite à água da chuva penetrar no aquífero raso ou nas cisternas submersas abaixo; e com jardins (às vezes nos telhados) que podem reter a água no solo ou desviá-la para tanques de retenção. Essa água capturada pode então ser reaproveitada como potável, de limpeza ou de irrigação. As águas pluviais devem ser captadas utilizando infraestruturas verdes na sua fonte, onde caem. As esponjas devem ser distribuídas uniformemente e permeáveis ​​para que possam absorver água em vez de transferi-la para outro lugar. Yu pensa que o problema na China é que alguns designers e engenheiros construindo parques, mas desenvolvendo a capacidade necessária de gestão de águas pluviais.


Existem quatro problemas principais que as cidades-esponjas podem resolver: 

  • Menos água disponível nas áreas urbanas e periurbanas: através do desenvolvimento urbano, a maioria das cidades foi pavimentada — o que impediu a absorção natural de água do solo. A dificuldade de absorção dessas áreas impossibilita o abastecimento de aquedutos, criando a escassez da água.  

  • Água poluída despejada em rios ou no mar: quando chove, muitas vezes as estações de tratamento de águas residuais não conseguem acomodar toda a água que os sistemas de drenagem transportam. Dessa forma, parte da água da chuva misturada com o esgoto é despejada sem tratamento nos rios, contribuindo para a poluição de corpos d’água. 

  • Degradação de ecossistemas urbanos e áreas verdes: em decorrência da poluição, parte dos ecossistemas urbanos são afetados, contribuindo para a perda da biodiversidade. 

  • Aumento da intensidade e frequência das inundações urbanas: uma das consequências de eventos climáticos extremos. À medida que a capacidade de absorção da superfície urbana diminui, o risco de inundações provocadas por tempestades aumenta.


cidade-esponja possui espaços que promovem a absorção de água, diferentemente de áreas asfaltadas. Portanto, ela necessita de: 


Espaços verdes abertos, como cursos de água, canais e lagoas;

  • Telhados verdes que podem reter água naturalmente; 

  • Intervenções de design poroso, como a construção de “biovalas” e sistemas de biorretenção para deter o escoamento e permitir a infiltração de águas subterrâneas;

  • Poupança e reciclagem de água, incluindo a extensão da reciclagem de água. 


No entanto, a adição de espaços verdes, implementação de parques urbanos, plantações de árvores e outras soluções naturais também podem contribuir para o poder de absorção das cidades. Ou seja, existe a possibilidade da adaptação de cidades já existentes à cidades-esponjas.


Esse conceito, de cidade esponja, é utilizado em vários países do mundo.

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