Levantamento feito pelo Inesc revela que valores de recursos destinados para a área encolheram 18% para o próximo ano
Segundo dados levantados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), divulgados em um relatório a que o Correio teve acesso antecipado, o Ploa do próximo ano prevê um corte de quase 18% dos recursos destinados à transição energética em relação ao orçado em 2024, de R$ 4,44 bilhões, R$ 3,64 bilhões. O instituto fez um um filtro em projetos de quatro ministérios: Minas e Energia (MME), Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). De acordo com Cássio Carvalho, assessor político do Inesc, além de cortar recursos destinados para a transição energética em alguns ministérios, em outros, o governo destina boa parte desse dinheiro para pesquisa na área de petróleo e gás, na contramão da agenda de transição divulgada pelo presidente na assembleia da ONU.
"Um dos casos que mais chamou a atenção foi o do MME, que tinha zero recursos no Ploa do ano passado e, neste ano, R$ 10,3 milhões, e, desse montante, praticamente a metade, R$ 5,1 milhões, estão sendo destinados para "estudo da indústria de petróleo e gás natural, que são combustíveis fósseis. Ele destaca que no Plano Plurianual (PPA), o governo prevê R$ 500 bilhões em investimentos no setor de petróleo e gás nos próximos quatro anos", destaca. Segundo ele, esses R$ 10,3 milhões, "além de muito ser aquém do necessário para a transição energética no MME, é pouco ambicioso para um ministério que deveria nortear e ser o um indutor desse processo de geração de energia limpa".
Correio Braziliense
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