Ação ajuizada pela coligação “Honestidade e Desenvolvimento” denuncia o uso de bens públicos e servidores em favor da campanha eleitoral de Dinho Maraskin e pede a cassação da chapa
Uma gravação trouxe à tona uma série de acusações graves contra o Secretário Municipal de Transportes de Santa Helena, Carlos Michiyori. O conteúdo do áudio faz parte de uma ação judicial movida pela coligação "Honestidade e Desenvolvimento", que denuncia o uso de bens públicos e servidores em favor da campanha eleitoral de Dinho Maraskin e Fabricia Bedendo, da coligação adversária "Segue em Frente Santa Helena – A Mudança Contínua”.
Além disso, o diálogo gravado levanta suspeitas sobre assédio moral e coação política praticados pelo secretário, configurando possível abuso de poder político. A ação requer a cassação das candidaturas de Dinho e Fabricia Bedendo e o afastamento imediato do secretário Carlos Michiyori de suas funções.
Coação e chantagem no ambiente de trabalho
A gravação anexada ao processo revela um diálogo entre Carlos Michiyori e Laine Terezinha Rockembach, funcionária terceirizada da Prefeitura. Durante 48 minutos de conversa, Michiyori teria pressionado Laine a rever seu apoio político, tentando persuadi-la a não apoiar a candidatura da oposição.
No decorrer da conversa, Michiyori alegou ser próximo de delegados e promotores, insinuando que essa proximidade garantiria que qualquer investigação contra a candidata a vice-prefeita de sua coligação, Fabricia Bedendo, não resultaria em nada. O secretário vai além, acusando a candidata da oposição, Solange Ribeiro, de envolvimento em crimes como roubo e tráfico de drogas.
A gravação, que foi feita no gabinete do secretário e em horário de expediente, mostra Laine em estado de grande desconforto, inclusive chorando em alguns momentos. Ela revela que já houve sofrimentos, humilhações e retaliações por parte de aliados políticos do grupo situacionista.
Uso de bens e servidores públicos para fins eleitorais
Além da gravação, a ação judicial relata uma série de outras irregularidades. Entre elas, destaca-se o uso sistemático de servidores e bens públicos em favor da campanha eleitoral de Dinho Maraskin e Fabricia Bedendo. Segundo a denúncia, servidores municipais participaram como cabos eleitorais durante o horário de expediente, utilizando-se de redes sociais e grupos de WhatsApp para promover uma campanha, o que configura abuso de poder político.
A coligação "Honestidade e Desenvolvimento" anexou ao processo prints de conversas em grupos de WhatsApp, como o grupo “Dinho & Fabrícia 44”, no qual os servidores estariam promovendo atividades de campanha eleitoral em local de trabalho, utilizando inclusive a infraestrutura pública, como sinal de internet e equipamentos. Servidores como Natã da Costa Duarte, Ouvidor Geral do Município e outros nomes de peso na administração municipal são relatados no processo como participantes ativos dessas ações.
Assédio moral e acusações
O assédio moral também foi destacado como uma das infrações mais graves cometidas pelo secretário. No diálogo, Michiyori insiste que sua conversa com Laine é "de amigos", mas a pressão psicológica e as ameaças veladas são evidentes. Ele reforça que sua influência junto às autoridades judiciais locais garantiria que qualquer denúncia contra Fabricia Bedendo, sua aliada, fosse arquivada.
Em contrapartida, Michiyori tece acusações pesadas contra Solange Ribeiro, vice da chapa adversária, alegando que ela estaria envolvida em crimes de roubo e tráfico de drogas. O secretário ainda desqualifica a oposição ao afirmar que eles não têm chances de sucesso, mencionando que controla diversas situações nos bastidores.
Ouça a gravação na íntegra:
Preto no Branco
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