Acusação é de que ambos receberam propina para favorecer no Congresso o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico
Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado, foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A acusação é de que ambos, assim como o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), que também foi indiciado, receberam propina para favorecer no Congresso Nacional o antigo grupo Hypermarcas, atual Hypera Pharma, do ramo farmacêutico. As informações são do Uol. A ação contra os emedebistas tramita há sei anos e só no mês passado o relatório final do inquérito foi enviado pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF) e sob sigilo.
No Supremo, o relator do processo, ministro Edson Fachin, encaminhou o material à Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, está com o material sobre a mesa.
Nome na Anvisa
A PF ainda aponta que Calheiros teria indicado um nome para a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa ), com o objetivo de auxiliar nos interesses do grupo empresarial dentro da agência.
O inquérito é um desdobramento da Operação Lava Jato e havia sido aberto em 2018, a partir da delação premiada de Nelson Mello, à época um dos diretores da antiga Hypermarcas. Ele admitiu que firmou contratos fictícios com empresas indicadas por Milton Lyra, sem prestação de serviços, com o objetivo de repassar os valores aos políticos.
A PF também indiciou Milton Lyra sob acusação de lavagem de dinheiro. A parte da investigação sobre Romero Jucá foi entregue à Justiça Federal do Distrito Federal, porque ele não tem mais foro privilegiado.
A defesa
Segundo a defesa do senador Eduardo Braga, as acusações são “ilações esdrúxulas sem amparo nos elementos constantes do próprio inquérito”. “Há evidências claríssimas de que o parlamentar não manteve contato com o delator, que, além de mudar sua versão quatro anos depois, baseia suas declarações em mero ‘ouvir dizer’. Não tenho dúvidas de que inquérito será arquivado. Triste, porém, é ver mais um episódio de vazamento ilegal”, disse o advogado Fabiano Silveira.
O Metrópoles entrou em contato com a defesa do senador Renan Calheiros, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto.
METRÓPOLES
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