top of page

PF investiga se regularização de condomínio teria motivado assassinato de Marielle Franco

Possível causa foi apontada por Ronnie Lessa em delação ainda não homologada pelo STJ


ree

Foto: Reprodução: Instagram/marielle_franco


A Polícia Federal (PF) investiga se uma disputa por terra na Zona Oeste do Rio de Janeiro teria motivado o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em março de 2018. A informação é do jornal O Globo. 

Segundo a publicação, o ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, que é acusado de ser o autor dos tiros contra a vereadora, disse em uma delação --que ainda depende de validação do Superior Tribunal de Justiça (STJ)--, que Marielle virou alvo por defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda, e que o processo fosse acompanhamento por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio.

O mandante do assassinato, apontado por Lessa, queria a regularização de um condomínio na região citada, em Jacarepaguá, sem respeitar o critério de área de interesse social. Isso significa que o dono tinha uma renda superior à que estava prevista em lei. O intuito seria obter a propriedade para especulação imobiliária.

A delação premiada de Lessa foi para o STJ. O nome citado por ele tem foro por prerrogativa de função, e agora caberá ao ministro Raul Araújo decidir se aceita ou não o acordo de colaboração. A informação foi publicada pelo blog do colunista Lauro Jardim.

Em 2018, a regularização fundiária já tinha aparecido na investigação sobre a morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Negociações

A PF passou a negociar com Lessa após assumir o caso, em fevereiro de 2023. Depois da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele pediu ao então ministro da Justiça Flávio Dino que tentasse esclarecer o crime ocorrido em 14 de março de 2018.

Próximo a completar seis anos do assassinato, as tratativas começaram a acelerar. O ex-PM Élcio de Queiroz, que atuou como motorista na emboscada contra Marielle, foi um dos alvos da investigação. Lessa não compartilhava todos os detalhes sobre quem agia com ele nos crimes, e Élcio citou apenas o nome de Domingos Brazão, sem dar detalhes.

Sem evidências, os agentes do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise) dependiam de Lessa para chegar a quem mandou matar Marielle. Após o ex-PM aceitar colaborar, o STJ realizou duas sessões secretas para confirmar qual seria o foro das tratativas iniciais do acordo de delação premiada de Lessa.

Para que Lessa colaborasse, os agentes da PF e procuradores da República ofereceram várias vantagens ao ex-PM para que indicasse o mandante.

Domingos Brazão

Dos investigados por mandar matar a parlamentar, até o momento, apenas o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão tem foro privilegiado. Como ele é o único investigado com foro, ele relatou em entrevista ao jornal O Globo que é inocente e afirmou que, se Lessa o apontou como mandante é porque quer proteger alguém.

“Não tem nada mais forte que a verdade. Esse golpe foi abaixo da linha de cintura. É algo que desgasta. Fui investigado pela Polícia Civil, pela PF e pelo Ministério Público. Não acharam nada. Por que protegeriam o Domingos Brazão? Que servidor público colocaria em risco sua carreira para me proteger? Eu desafio acharem algo contra mim”, afirmou Brazão.



Terra


Comentários


Receba nossas atualizações

Obrigado pelo envio!

  • Ícone do Facebook Branco
  • Ícone do Twitter Branco

@2023 REDE COMUNIQUE - SAMANTHA LEDO  -  NOTÍCIAS - INFORMAÇÃO - EDUCAÇÃO - MEIO AMBIENTE - CULTURA

bottom of page