O relatório Human Rights Watch vincula a Guarda Nacional e a polícia venezuelana a alguns dos 24 assassinatos ocorridos durante os protestos.
Num gesto que amplia ainda mais a pressão sobre Nicolás Maduro, mais de 20 relatores da ONU se uniram para denunciar formalmente a opressão do governo venezuelano. Numa carta conjunta, os especialistas fazem um apelo para que o regime em Caracas abandone sua estratégia de repressão.
Para eles, a situação desperta uma "profunda preocupação com as alegações de graves violações de direitos humanos no contexto das eleições presidenciais realizadas na Venezuela em 28 de julho".
"Vários órgãos de monitoramento, incluindo observadores eleitorais convidados pelo governo, denunciaram a falta de transparência e veracidade", apontam…
As autoridades venezuelanas estão cometendo “violações generalizadas dos direitos humanos” contra manifestantes, transeuntes, opositores e críticos após a questionada reeleição do ditador Nicolás Maduro, denunciou a ONG Human Rights Watch (HRW) em um relatório publicado nesta quarta-feira, 4.
Na avaliação dos relatores da ONU, a população venezuelana está desprotegida, e ataques são registrados contra os defensores dos direitos humanos, as pessoas envolvidas em trabalhos sociais e comunitários, os jornalistas e todos aqueles percebidos como oposição.
O grupo ainda denuncia o "uso arbitrário do sistema de Justiça criminal pelo Ministério Público contra esses grupos, a criminalização da defesa dos direitos humanos, a corrupção desenfreada, a impunidade e a falta de um judiciário independente capaz de investigar graves violações dos direitos humanos".
De acordo com eles, durante e após as eleições, houve uma onda de violações de direitos humanos, como detenções arbitrárias. Na carta, eles pediram às autoridades que coloquem "um fim imediato a essas práticas, garantindo a libertação de todas as pessoas detidas arbitrariamente, pondo um fim aos atos de censura e a outras formas de assédio, e promovendo investigações independentes sobre todas as violações dos direitos humanos".
"As empresas, como provedores de internet e aplicativos de software, não devem permitir ou facilitar essas violações", alertam.
Nos últimos cinco anos, os especialistas enviaram no mínimo 22 cartas ao governo venezuelano mostrando um contexto geral de violações sistemáticas e graves dos direitos humanos. A maioria dessas cartas continua sem resposta…
Samantha Lêdo
Rede Comunique
04/09/2024
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