RS: alagamentos persistem no Praia de Belas; Dmae não prevê solução para problema
- Samantha Lêdo
- 30 de mai. de 2024
- 2 min de leitura
Parte do escoamento da região é feita sem o auxílio de bombeamento, dependendo exclusivamente do baixo nível do Arroio Dilúvio para dar vazão à água que se acumula em algumas ruas. Mas também há pontos que estão ligados à Ebap 16 e mesmo assim, há vias inundadas
Foto Reprodução
Moradores de parte do bairro Praia de Belas foram surpreendidos com o retorno dos alagamentos na região nos últimos dias, como na manhã desta quarta-feira (29). Margarete de Oliveira, de 56 anos, que possui uma estética e reside na Rua Doutor Vicente de Paula Dutra, relatou que o problema retornou na semana passada, mas havia melhorado na tarde de terça-feira (28). Porém, na noite de terça, a situação piorou drasticamente, inundando residências e estabelecimentos comerciais, incluindo o salão de Margarete e um mercado na rua.
Além de invadir apartamentos térreos e pátios, a água causou prejuízos significativos aos comércios, que já haviam sido limpos após um alagamento anterior. A situação é similar nas ruas Manoelito de Ornellas, Celeste Gobbato e no cruzamento das avenidas Borges de Medeiros e Edvaldo Pereira Paiva com a Aureliano de Figueiredo Pinto. Moradores e equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) tentaram mitigar os danos, recolhendo resíduos das calçadas e limpando áreas afetadas, apesar do contínuo acúmulo de água.
Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), parte dos trechos alagados não é atendida por casas de bombas. A prefeitura explicou que o nível elevado do Guaíba, agravado na noite de terça-feira, compromete a capacidade do Arroio Dilúvio, resultando no retorno da água pelas bocas de lobo. O diretor-geral do Dmae, Mauricio Loss, informou que a água escoa por gravidade, variando com os níveis do Arroio Dilúvio e do Guaíba, e que estão buscando alternativas para melhorar a drenagem na região.
Fernando Dornelles, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, explicou que o fenômeno ocorre devido ao efeito de remanso, onde a água dos pontos mais altos flui para os mais baixos, e o Guaíba alto eleva o nível final do Dilúvio. Para resolver o problema, é necessário o uso de casas de bombas, pois o fluxo só se inverterá quando o nível do Guaíba baixar. Carlos Campos, morador da Rua Doutor Vicente de Paula Dutra, criticou a falta de ação do poder público, ressaltando a necessidade urgente de uma solução concreta, como a instalação de bombas para drenar a água.
O Dmae, embora sem previsão para instalação de uma nova bomba na região, informou que a área de atuação da Estação de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) 16 cobre parte dos pontos alagados, e que a estação está operando com três dos quatro grupos de motores. Na manhã desta quarta-feira, o Dmae realizou hidrojateamento nas redes próximas do Menino Deus e tentou acessar as redes do Praia de Belas, mas o elevado nível do Dilúvio impediu a operação. Durante a tarde, uma abertura foi feita nas redes de drenagem da região na tentativa de melhorar a situação.
Antonio Bernardi
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