Fumaça de queimadas e calor intenso elevam níveis de poluição na capital paulista, superando Lahore, Pequim e outras grandes cidades
São Paulo ocupou nesta segunda-feira (9) o topo do ranking de cidades com o ar mais poluído do mundo, de acordo com dados em tempo real da plataforma IQAir, que monitora a qualidade do ar em cerca de 100 grandes centros urbanos. A capital paulista ultrapassou cidades como Lahore (Paquistão), Ho Chi Minh (Vietnã), Jerusalém (Israel) e Pequim (China), ficando em primeiro lugar no índice global de poluição atmosférica. A principal causa da piora no ar de São Paulo está relacionada à fumaça proveniente de incêndios florestais que atingem o Estado, agravada pela baixa umidade do ar e pelas altas temperaturas. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura, a temperatura máxima prevista para hoje é de 33°C, com umidade relativa do ar em torno de 25%, condições que favorecem a concentração de poluentes na atmosfera. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) registrou níveis de qualidade do ar entre “ruim” e “muito ruim” em grande parte das estações de medição espalhadas pela cidade, um reflexo direto do aumento das partículas de poluição.
A Defesa Civil emitiu um alerta sobre os cuidados necessários diante da baixa umidade do ar, destacando que todas as regiões do Estado de São Paulo estão sendo afetadas pela condição, com exceção do litoral. O órgão ressaltou ainda o risco elevado de incêndios florestais e fez recomendações à população para mitigar os efeitos do clima seco: manter-se hidratado, evitar exercícios físicos ao ar livre nos horários mais quentes do dia e utilizar umidificadores ou improvisar com toalhas molhadas e recipientes de água dentro de casa. O uso de soro fisiológico nos olhos e nas narinas também foi indicado para aliviar o desconforto causado pelo ar seco. No ranking atualizado das cidades com a pior qualidade do ar no mundo, São Paulo é seguida por Lahore, no Paquistão, e Jakarta, na Indonésia. O top 10 é completado por Dubai, Kinshasa, Doha, Jerusalém, Pequim, Lima e Santiago. Alerta laranja nacional
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) lançou, nesta segunda-feira (9), um alerta laranja de perigo para 12 estados brasileiros e o Distrito Federal (DF) devido à baixa umidade. Segundo o instituto, nesses locais a umidade relativa do ar deve variar entre 20% e 12%, com risco de incêndios florestais e riscos à saúde, como doenças pulmonares e dores de cabeça.
Além do DF, o alerta vale para os estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, São Paulo e Maranhão. Em alguns locais a umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 12%.
O instituto também emitiu um alerta amarelo, de perigo potencial, para os estados do Acre, Amazonas, Santa Catarina e parte do Rio Grande do Sul. Nesses locais, a umidade relativa do ar deve oscilar entre 30% e 20%.
A baixa umidade causa ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Entre as recomendações estão beber bastante líquido, evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, evitar a prática de atividades físicas. Também são recomendados o uso hidratante para pele e umidificar o ambiente.
Ondas de Calor
O Inmet emitiu ainda um alerta de ondas de calor para os Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e parte de Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O alerta vale até a quinta-feira (12). Nesses estados as temperaturas podem ficar até 5ºC acima da média.
*com Agência Brasil
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