Os fundamentos do mercado de petróleo permanecem baixistas, apesar dos riscos geopolíticos, de acordo com analistas do UBS em nota divulgada na segunda-feira, 21.
Embora o conflito em andamento no Oriente Médio tenha inicialmente gerado preocupações sobre possíveis interrupções na oferta de petróleo, os riscos diretos diminuíram desde então. Essa redução nas tensões geopolíticas, combinada com uma demanda global mais fraca, especialmente da China, manteve a perspectiva geral dos preços do petróleo em tendência negativa.
“Para 2025, ainda vemos o mercado equilibrado em grande medida, desde que os cortes de produção da Opep+ não sejam revertidos”, afirmaram os analistas.
Um dos principais fatores que alimentam a tendência de queda é a demanda mais fraca do que o esperado da China, um elemento crucial no consumo global de petróleo.
O UBS revisou para baixo sua previsão de crescimento da demanda global de petróleo para 2024 em 0,1 milhão de barris por dia, passando para 0,9 milhão de barris por dia.
Embora o governo chinês tenha introduzido um pacote de estímulos para fomentar o crescimento econômico, a mudança estrutural no consumo de combustíveis, incluindo o aumento do uso de veículos elétricos, deve limitar o impacto desse pacote sobre a demanda de petróleo.
Para 2025, o UBS antecipa uma leve melhora, projetando um crescimento da demanda de 1,1 milhão de barris por dia.
Do lado da oferta, a perspectiva permanece incerta. Espera-se que países fora da Opep+ mantenham níveis sólidos de produção, especialmente os Estados Unidos. No entanto, a produção dos EUA enfrenta desafios, devido à estagnação na atividade de sondagem, que não registrou aumento expressivo nos últimos meses. O UBS revisou para baixo sua previsão de produção de petróleo bruto dos EUA, citando a menor contagem de sondas e a redução das atividades de perfuração.
Em 2025, espera-se que o crescimento da produção de petróleo dos EUA desacelere ainda mais, com um aumento de apenas 0,4 milhão de barris por dia, abaixo das previsões anteriores. Isso representa a continuidade da tendência de queda que vem se consolidando nos últimos meses.
Os níveis de produção da Opep+ também foram reduzidos, mas o UBS observa que o cumprimento das metas de produção permanece desigual entre os principais membros.
O Iraque, por exemplo, reduziu sua produção em setembro, embora ainda tenha produzido acima da meta acordada.
O UBS não prevê o retorno da oferta da Opep+ ao mercado até pelo menos 2027, à medida que a fraca demanda e o crescimento da oferta fora da Opep+ continuam absorvendo qualquer aumento potencial de oferta.
Às 8h30 de Brasília, o barril do petróleo Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 1,85%, a US$ 74,41, enquanto o barril do Texas (WTI), referência nos EUA, valorizava-se 2,17%, a US$ 70,18.
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