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Venezuela está de luto!

Foto do escritor: Samantha LêdoSamantha Lêdo

As imagens de venezuelanos chorando após Maduro vencer as eleições se espalham nas redes sociais. Manifestantes contrários ao anúncio da vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais na Venezuela iniciaram na tarde desta segunda-feira (29) um protesto na capital, Caracas.

Foto: Matias Delacroix/AP

Migrantes falam em tristeza, insegurança e sonho cada vez mais distante de voltar ao país. O Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela (CNE) informou Maduro venceu o pleito com 51,2% dos votos. A oposição contesta os números e diz que Edmundo González foi o vencedor.

Recentemente, muitos venezuelanos têm expressado suas frustrações e tristezas nas redes sociais devido a uma série de eventos. Um dos principais motivos é a recente eleição presidencial, onde Nicolás Maduro foi declarado vencedor com 51,2% dos votos, um resultado contestado pela oposição

Além disso, há denúncias de irregularidades nas instalações das mesas eleitorais, o que aumentou a insatisfação da população.

Esses eventos têm gerado protestos e manifestações em várias partes do país, especialmente em Caracas, onde milhares de pessoas foram às ruas para contestar o resultado das eleições.

Oponentes do ditador Nicolás Maduro queimam uma baideira do chavista no bairro Petare, Caracas
(Foto: Raul Arboleda/AFP)

Comissão controlada pelo chavismo declara Maduro vencedor após contagem de votos nebulosa e sem divulgação de detalhes, provocando ceticismo em países vizinhos e acusações de fraude por parte da oposição.


Por alguns dias, parecia que a Venezuela, após 25 anos de regime chavista, poderia estar entrando numa nova era, pois várias pesquisas apontavam que a oposição tinha chances de vencer o pleito presidencial deste domingo (28/07).

Durante a madrugada, no entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), um órgão fortemente controlado pelo regime, declarou que Nicolás Maduro, no poder desde 2013, havia conquistado um terceiro mandato de seis anos. O anúncio do resultado foi imediatamente visto com ceticismo por boa parte da comunidade internacional e levantou acusações de fraude.

Divulgação de resultados duvidosa e acusações de fraude

Segundo o CNE, com 80% das urnas apuradas, Maduro havia conquistado 51,2% dos votos, enquanto Edmundo González, o principal candidato da oposição, havia recebido 44%. Um "resultado irreversível", declarou a chefia do órgão.

Depois, o site do CNE saiu do ar, sem divulgação da contagem final. A oposição contestou, afirmando que uma contagem realizada a partir de atas de votação disponibilizadas aos fiscais de seu grupo político (cerca de 40% do total), sinalizaram que González caminhava para receber 70% dos votos.

Foto: Cristian Hernandez/AP/picture alliance

A desconfiança em relação ao resultado anunciado pelo CNE também foi exacerbada pela ausência de divulgação de todas atas da eleição. A oposição diz que esses documentos podem eventualmente provar que Maduro não teve mais votos. Paralelamente, oposicionistas reclamaram que foram impedidos de acessar a maioria dos boletins de urna em locais de votação.

A oposição ainda denunciou que muitos centros de votação foram abertos com atraso, e que o processo foi marcado por lentidão injustificável, sugerindo que o regime queria desestimular os eleitores. Também houve denúncias de que centenas de fiscais ligados à oposição foram expulsos de seções.

"Vencemos e todos sabem disso. Queremos dizer a toda a Venezuela e ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia", afirmou a líder oposicionista María Corina Machado.

A autoridade eleitoral nacional disse, pouco depois da meia-noite, que Maduro conquistou um terceiro mandato com 51% dos votos -- um resultado que estenderia um quarto de século de governo socialista. 

Em seguida, proclamou Maduro presidente para o mandato entre 2025 e 2031, acrescentando que ele havia recebido “uma maioria dos votos válidos”. 

Mas pesquisas de boca de urna independentes apontaram para uma grande vitória da oposição depois de demonstrações entusiásticas de apoio para González e a líder da oposição, María Corina Machado, durante a campanha. 


Como outros países reagiram?

O resultado oficial divulgado pelo CNE só foi reconhecido por países aliados de Maduro, na maioria ditaduras ou regimes que encenam eleições de fachada regularmente. Maduro recebeu felicitações da China, Rússia, Irã, Nicarágua, Cuba e Belarus.

Já o Chile, Argentina, Estados Unidos, Espanha, Uruguai, Paraguai, Costa Rica foram críticos e sinalizaram suspeitas de fraudes no processo. A União Europeia pediu "total transparência".

"O regime de Maduro deve entender que os resultados publicados são difíceis de acreditar. A comunidade internacional e sobretudo o povo venezuelano, incluindo os milhões de venezuelanos no exílio, exige total transparência das ações e do processo", exigiu o presidente chileno, Gabriel Boric.

O Brasil, por sua vez, após horas de silêncio, evitou felicitar Maduro, esperando mais dados sobre a votação. Em nota, o Itamaraty disse aguardar "a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito".


Manifestação contra Maduro em Caracas na tarde desta segunda-feira (29)
Foto: Alexandre Meneghini/Reuters

"Depois da ousadia do regime de Nicolás Maduro [em apostar na] fraude, é importante lembrar o que pode acontecer: prisões, repressão em massa e muito pior. Uma possibilidade é uma "nicaraguanização” do país", avaliou Ryan Berg, diretor do Programa do think tank CSIS. A alusão é ao regime de Daniel Ortega, cuja repressão a uma onda de protestos em 2018 resultou na morte de mais de 300 cidadãos e intensificou o êxodo do país: estima-se que 10% da população da Nicarágua tenha fugido nos últimos seis anos.

Por enquanto, a oposição ainda não convocou grandes manifestações, mas alguns protestos foram registrados na segunda-feira.

O país já foi palco de ondas de protestos em 2013, 2014, 2017 e 2019, que tiveram como gatilho tanto a ruína econômica que aflige a Venezuela quanto acusações de manipulação de resultados eleitorais. Em todos os casos, o regime reagiu com violência, e a repressão deixou dezenas de mortes.

"Isso não termina aqui. Maduro precisa convencer a elite governante de que pode manter as coisas sob controle, mas tanto ele quanto os militares sabem que ele não pode governar um país em chamas", avaliou o analista Geoff Ramsey, do think tank americano Atlantic Council, na rede X.

Outros analistas apontam que a reação da comunidade internacional, qualquer que seja o cenário (comprovação de resultados ou confirmação de fraude explícita) também deve ter papel para uma solução política.

Com informações da DW.MIl


Ao lado um vídeo de Militares anunciam rebelião em apoio à população contra o governo de Nicolas Maduro.


Samantha Lêdo

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